Preços elevados de hortifruti não agradam consumidores em Uberaba
quarta-feira, 3 de abril de 2013Se quiser ter verduras e legumes à mesa, o consumidor em Uberaba terá que desembolsar mais. Segundo a Central de Abastecimento (Ceasa), para o consumidor o preço da beterraba cresceu 40% em uma semana e o do jiló dobrou cerca de 50%. O vilão, segundo o coordenador da Central, Antônio Sérgio Prata, é o clima. “Nosso clima está muito instável e as culturas estão sumindo”, explicou.
Para a procuradora Ariana Antunes, o que dá para fazer é procurar os preços mais baixos e levar os produtos mais caros só se forem essenciais, como é o caso do tomate. O gerente de um sacolão de verduras, Marcos Ronaldo, confirmou que o tomate é um dos problemas para as donas de casa. De acordo com ele, o produto está em alta desde o fim do ano passado e tem ganhado companheiros de inflação. “Batata, cenoura, verduras de folhas, abobrinha, jiló, beterraba. Tudo está um pouco mais caro”, acrescentou.
A aposentada Eralma Carleto comentou que o preço dos legumes e verduras de fato não tem agradado e já está concorrendo com itens mais caros como a carne. “Está muito caro, muito difícil. Fica mais fácil comprar uma carne do que uma verdura. A carne para uma família pequena dura mais que uma verdura”, disse.
A variação de preços é monitorada diariamente na Central de Abastecimento de Uberaba. Em uma única semana o saco de batata subiu de R$ 90 para R$ 115. A abobrinha também está mais cara: passou de R$ 50 para R$ 70 e, em 30 dias, a cebola praticamente dobrou de preço passou de R$ 30 para R$ 55.
Ainda de acordo com o coordenador, o volume comercializado na Ceasa caiu pela metade. A redução registrada por alguns produtos, como as hortaliças que tiveram queda de 70%, foi ainda maior. Segundo o produtor rural João Carlos Caroni, os preços altos também não agradaram os produtores. “Se ele conseguir produzir 100% do que ele fez do plantio tendo um preço mais estável para o produtor, seria mais vantagem do que os preços altos como estão”, afirmou.
Apenas uma pequena parcela de produtores comemora esta época em Uberaba. Os que utilizam a hidroponia, como o engenheiro agrônomo Efrain Júnior, que afirma colher até 30 dúzias de alface por dia. “Aumenta bem o consumo e a produção de outras variedades é bem pequena. Para nós é o melhor período de vendas”, concluiu.
O especialista afirmou, ainda, que a falta de investimentos em tecnologias vai continuar refletindo nas próximas temporadas. “Outras cidades aonde as hortas de chão já são protegidas, a falta de produtos é bem menor do que em Uberaba. Com certeza no ano que vem deve acontecer a mesma coisa, diminuindo a oferta do serviço na cidade de Uberaba, o preço sobe”, finalizou.
Fonte: G1