Docentes de universidade de Uberaba voltam ao trabalho na próxima segunda-feira
sexta-feira, 14 de setembro de 2012Depois de quase quatro meses parados, professores das duas principais universidades do Triângulo Mineiro decidiram, em assembleias realizadas nesta quarta-feira (12), pelo retorno ao trabalho. Tanto na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), quanto na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), em Uberaba, as aulas recomeçam na próxima segunda-feira (17). No entanto, representantes dos docentes da UFTM, em Uberaba, informaram que retornarão aos trabalhos, mas em estado de greve, ou seja, podem paralisar novamente a qualquer momento até que haja uma negociação satisfatória com o governo federal.
Em relação ao período de reposição de aulas, as assessorias das duas instituições informaram que é preciso aguardar a decisão dos Conselhos de Graduação. Na UFU, a reunião acontece hoje (14), a partir das 9h. Na UFTM, a data não foi definida. Nestas reuniões, os docentes devem decidir também como ficarão outras situações importantes como a data de término do primeiro semestre e de início do segundo. Assuntos referentes aos lançamentos de notas do primeiro semestre, matrículas do segundo semestre e vestibular para o próximo ano também só serão tratados durante essas reuniões sem datas definidas.
Ainda não acabou
Na UFTM, mesmo com a decisão, os professores continuam em estado de greve e a paralisação foi apenas suspensa. Segundo representantes dos grevistas, o movimento ainda não foi encerrado porque a categoria não assinou um acordo com o governo federal conforme afirmou o professor da UFTM, Fernando Seije da Silva, que faz parte do comando de greve. “O nosso sindicato apresentou uma proposta e o governo sequer olhou. Demonstrando boa vontade, mostramos uma contraproposta, mas o governo falou que não abriria mão”, disse o professor explicando que o movimento é pautado em dois quesitos: reestruturação da carreira do professor e melhoria nas condições de trabalho.
Fernanda Clara da Silva, aluna do sexto período de Serviço Social da UFTM, é a favor da permanência da greve. Para a universitária, o tempo perdido só vai valer a pena se as melhorias forem atendidas. “Que não seja um período que a gente perdeu e que tenha alguma coisa realmente definida. Que não seja um voltar por voltar, porque senão não teria sentido a greve”, avaliou.
Em nota, o presidente da Associação dos Docentes da UFU (ADUFU), Aurelino José Ferreira Filho, afirmou que “os professores continuam conscientes da sua força enquanto categoria e da necessidade de mobilização permanente para conquistar melhorias na carreira, nas condições de trabalho e na universidade pública e gratuita”.
Vinte e três instituições em todo o país seguem o movimento. Nestes casos, a greve pode completar, na próxima segunda-feira (17), quatro meses de duração.
Fonte: G1