Gibiteca atrai amantes dos gibis em Uberaba
terça-feira, 31 de julho de 2012Por muito tempo os gibis fizeram a cabeça de crianças e adultos, mas com o passar do tempo eles tiveram que disputar com a interatividade dos vídeosgames e da internet. Mas a tecnologia não venceu a tradição para todo mundo e, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, as revistas ainda fazem parte da leitura de muita gente. Na Biblioteca Municipal, uma sessão é dedicada a eles. É a Gibiteca, onde alguns exemplares são até destinados às trocas.
De acordo com a bibliotecária Daniela Mendonça, o local ainda atrai curiosos, que quase sempre são crianças e, de vez em quando, adultos que querem relembrar a infância. “Os adultos de hoje, liam muito gibi quando eram crianças e alguns colecionavam. Eu acho muito bonito essa parte do leitor gostar de ler não apenas os livros técnicos e de literatura adulta, mas também essa leitura descontraída”, afirmou Daniela. A Gibiteca, da Biblioteca Municipal, funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 20h e aos sábados até as 12h.
Para as novas gerações, o que parece muito nem se compara com as coleções de antigamente. Pedro Paulo Soares Ferreira tem 13 anos e contou que já leu cerca de 20 gibis. “Agora não estou tendo mais tempo por causa dos estudos, mas quando eu era pequeno eu lia bastante”, disse o estudante. Já para a também estudante Larissa Ferreira, de 16 ano, ler gibi significa matar a saudade da infância. “É muito gostoso, fácil, rápido e engraçado”, ressaltou.
Em outros tempos, eles eram feitos originalmente, no papel jornal. Segundo o escritor Tiago de Melo Andrade, depois surgiram as edições de luxo, com capa dura e histórias selecionadas. “Na França o gibi é coisa para adulto e tem aquelas edições de luxo, caríssimas, com personagens que são amados”, destacou o escritor. As histórias em quadrinhos, também chamadas carinhosamente de ‘HQ’, influenciaram muitos trabalhos, como o de Tiago, por exemplo. “Influencia na velocidade da linguagem. O que eu escrevo tem um pouco dessa coisa de ser rápido e do diálogo preciso”, revelou.
Os clássicos da literatura ganharam releituras em forma de quadrinhos e não é tão fácil encontrá-los nos moldes tradicionais à venda em livrarias. Muitas coleções foram parar nas prateleiras de livros, discos e gibis usados, os Sebos. Carlos Eduardo Pinto é dono de um Sebo em Uberaba e tem boas lembranças de quando lia gibis. “Eu lia na década de 70 e gostava muito do Zorro, Cavalheiros Fantasma, Flecha Ligeira e Mandrake”, afirmou o comerciante. Ainda para Carlos, o gibi vai durar muitos anos. “Ele não acaba não e quanto mais o tempo passar, mais valioso vai ficar”, comentou.
Fonte: G1