Um novo golpe tem deixado fornecedores no prejuízo e supermercados na cidade de Uberaba com o nome sujo na praça. Segundo a Associação dos Supermercadistas de Uberaba (Assuper), os estelionatários atuam no momento da entrega da mercadoria. “Os falsários estão na cidade, compram com o nome do município em empresas de outros estados e, quando a mercadoria está chegando aqui, eles desviam para a região. Assim o produto nem entra em Uberaba”, explicou o diretor executivo da Assuper, José Albino.

Ainda conforme a associação, o nome de um estabelecimento local já chegou a ser usado por uma quadrilha de estelionatários por quase dez vezes. Em outro caso, um supermercado está perdendo a credibilidade no mercado por causa dos golpistas. Isso porque a quadrilha tem acesso a dados cadastrais da empresa, os quais permitem ao grupo fazer pedidos a fornecedores.

De acordo com a Assuper, de 2011 até agora, o golpe foi aplicado oito vezes, sendo que as duas últimas foram este ano. O prejuízo a fornecedores do Brasil inteiro chega a R$ 1 milhão. Os setores mais visados pela quadrilha são os de bebida e produtos hortifrutigranjeiros.

O supermercado onde Wagner Santos trabalha como gerente é alvo frequente dos estelionatários. Ele informou que a administração nunca chegou a cair nos golpes, mas para isso a segurança durante as compras e todas as outras transações foram reforçadas. A ordem é sempre desconfiar. “Não fazer compras à vista, sempre confirmar as entregas no momento em que fornecedor for entregar. E só efetuamos o pagamento quando temos a certeza de quem assinou a nota fiscal é um funcionário autorizado pela empresa para fazê-lo”, explicou Wagner.

Segundo o diretor executivo da Assuper, a prática é antiga e só agora a polícia entrou no caso. “Até um mês atrás não havia sido aberto nenhum inquérito”, ressaltou. Mas sobre o assunto, a Polícia Civil garantiu que um inquérito foi instaurado e que tem pistas dos suspeitos. “É uma quadrilha muito bem organizada, com um membro de Uberaba e gente de outras cidades de Minas Gerais e de outros estados. Há pelo menos quatro meses estamos com o inquérito em andamento. Acredito que brevemente chegaremos a todos os autores”, explicou o delegado regional da Polícia Civil, Francisco Gouveia.

Enquanto isso, os supermercadistas aguardam uma solução para o problema. “Temos que resolver o mais rápido possível. E nós temos que ir inovando na forma de evitar esse tipo de problema. Pois, na verdade, essas pessoas que estão a fim de fazer coisas erradas, sempre buscam novas formas de aplicar esse tipo de golpe”, concluiu o gerente Wagner.

Fonte: G1