Greve dos servidores da Justiça atrasa processos em Uberaba
quinta-feira, 18 de abril de 2013A greve dos servidores da Justiça do Estado de MG, que já dura um mês, vai continuar. A decisão saiu na tarde desta quarta-feira (17), em assembleia geral entre os grevistas e representantes da administração do Tribunal de Justiça do Estado, em Belo Horizonte.
Em Uberaba cerca de 60% dos servidores aderiram ao movimento, desde o dia 22 de março. Uma das reivindicações é por melhores salários. “Está em pauta a implementação do reajuste escalonado, que é uma recomposição salarial pelas perdas inflacionárias. E também tentar diminuir um pouco a diferença existente entre o padrão inicial, dos novatos, e dos servidores mais antigos. Além da equiparação do vale-lanche do servidores que atualmente é de R$ 440 e os juízes recebem R$ 710”, explicou o oficial de apoio judicial, Bruno Daibert.
No Fórum Melo Viana mais de 80 mil processos estão em tramitação. O número é tão grande que congestiona a estrutura física e ocasiona lentidão, problemas que ficarão mais evidentes com a greve. “Os servidores estão trabalhando com 30% do contingente. Temos percebido que somente nos casos de urgência há a prioridade de andamento. Nos demais casos, o andamento do processo está bem mais lento”, explicou o defensor público Diego Goulart.
Já o presidente da Ordem dos Advogados na Cidade de Uberaba, Vicente Flávio, demonstrou preocupação com a situação. “O acúmulo de um mês para outro realmente vai criar um novelo. E depois não sabemos como isso será resolvido. Estamos preocupados, pois temos que saber como será o reestabelecimento da prestação do serviço”, disse.
A solução de parte dos problemas estruturais estaria na inauguração do novo fórum da cidade, que teve a abertura do prédio adiada por mais uma vez. Em fevereiro, faltando pouco para a conclusão, a obra foi paralisada. A diretora do foro, juíza Régia Lima, não quis gravar entrevista alegando que ainda não possui uma posição do Tribunal de Justiça. Quanto às obras do novo fórum, não há expectativa para que sejam retomadas.
Outras demandas
Também estão na pauta do movimento as condições de trabalho. Segundo o comando de greve, o número de servidores é insuficiente e há problemas como salas apertadas, fazendo com que processos sejam acondicionados de forma precária, até mesmo no chão. Mas, o espaço físico não é a única dificuldade. “Nessa secretaria, por exemplo, a impressora não está funcionando. Isso resume a precariedade do material que está sendo usado aqui”, ressaltou o oficial de justiça, Marcus Humberto Santana.
Fonte: G1