Habilidades viram negócios para empreendedores de Uberaba
segunda-feira, 19 de novembro de 2012Alguns empreendedores do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba aproveitaram as habilidades deles e apostaram em investir no próprio negócio. O analista de negócios, Fabiano Alves, explicou ao G1 que essa tendência se deve ao momento econômico aquecido, a ascensão das redes sociais e a visão empreendedora, principalmente despertada por parte dos jovens.
O ilustrador Hugo Oliveira, de 27 anos, mora em Uberlândia e ainda na infância descobriu o dom de desenhar. Mas foi durante a faculdade de Publicidade e Propaganda e entre os empregos fixos que teve, que ele despertou a vontade de abrir o próprio negócio aproveitando a criatividade e o gosto pelas ilustrações. “Enquanto trabalhava e ainda estudava eu pegava alguns trabalhos freelancer para fazer. Hoje me dedico exclusivamente às minhas criações e ilustrações”, disse.
O publicitário abriu um escritório recentemente e está em processo de formalização. Inclusive participou de vários cursos de capacitação e palestras relacionadas ao assunto para adquirir mais conhecimento sobre o mercado. Hugo é um dos jovens empreendedores que apostam nas redes sociais para a divulgação do trabalho. “É um dos melhores meios para estar sempre perto do cliente e de divulgar o meu trabalho de forma direta. Além das mídias, tenho o meu próprio site de divulgação onde recebo a maior parte de pedidos de diversas partes do Brasil”, ressaltou.
A estudante Marcela Gomes Martins, 26 anos, também percebeu que poderia ganhar dinheiro com a habilidade dela. Atualmente, ela trabalha em uma agência de propaganda em Patos de Minas, no Alto Paranaíba, e aproveita o tempo livre com a confecção de artesanatos feitos com material reciclável. “No início deste ano, incomodada com as inúmeras caixas de leite e suco que jogávamos fora em minha casa, busquei na internet artesanatos que usassem esse material. Foi então que encontrei um modelo de carteira de mão, muito bonito e decidi fazer um para testar. Gostei do resultado e resolvi então investir mais tempo e atenção, criando outros modelos e utilizando outros materiais”, contou.
O que começou com um hobby terminou como uma atitude empreendedora. Feliz com os resultados, a futura comunicóloga começou a colocar no papel os gastos e ganhos com a atividade que pretende conciliar com a profissão. Em menos de um ano, Marcela recebe a maioria das encomendas pelo Facebook por meio de uma divulgação simples e despretensiosa, já que se trata de um trabalho paralelo.
Desejo de empreender
Rachel Ferreira é analista de marketing e em casa trabalha com o segmento de ‘Brigadeiros Gourmet’, uma versão mais elaborada do tradicional brigadeiro que leva ingredientes especiais como granulados importados, castanhas de variados tipos e manteigas premium. A ideia de investir começou quando ela fazia os doces de aniversários da família e recebia muitos elogios. Com o tempo os pedidos começaram a aparecer e surgiu a vontade de empreender.
A analista criou uma página no Facebook e um perfil no Instagram para publicar fotos dos doces e começar a divulgá-los para fora. Ela também aproveita o ‘boca a boca’ para apresentar os doces e fazer degustações, assim as pessoas gostam e indicam para amigos e familiares.
Embora seja um negócio recente e que cresce aos poucos, Rachel já fala como empreendedora. “Acredito que o crescimento vem naturalmente como resultado do trabalho bem feito. Nossa prioridade é inovar criando sabores diferenciados, embalagens personalizadas e levar aos nossos clientes produtos de qualidade”, ressaltou.
Analista dá dicas
De acordo com o analista de negócios do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG), Fabiano Alves, a economia aquecida e a atual visão empreendedora da sociedade estimulam o crescimento dessa nova tendência de mercado, onde as pessoas fazem negócio com suas próprias habilidades.
A princípio o trabalho começa informalmente e depois o empreendedor percebe que pode ter rentabilidade com um produto de mão de obra própria. “Eles começam a usar essa habilidade como complemento de renda ou até fonte principal. A partir disso, eles começam a desenvolver a atividade de forma inicialmente devagar e aproveitam a questão das redes sociais para meio de rápido e fácil acesso a várias pessoas”, explicou Fabiano
Ainda segundo o analista, algumas dicas são essenciais para levar o próprio negócio adiante sem frustrações:
– Ter planejamento: quesito primordial para quem pretende expandir o mercado e tornar a atividade um negócio de sucesso.
– Buscar informações: procurar especialistas e consultores para adquirir conhecimentos tributários, de planejamento, estratégia de expansão de mercado e etc.
– Usar redes sociais com cautela: frequentes atualizações são chatas e podem passar imagem negativa do produto e do empreendedor. Ao invés de atrair clientes, o empreendedor afasta o público alvo que começa a perder o interesse pelo serviço ou produto.
– Formalizar o negócio: a partir do momento que se tem o CNPJ é possível comprar matéria prima mais barata de outras empresas, com nota fiscal. Por meio da modalidade de empreendedor individual, profissionais formais e autônomos podem registrar sua atividade com custo mais baixo.
O Sebrae oferece consultorias gratuitas para os empreendedores que podem ser adquiridas pelo site oficial da instituição ou pelo telefone 0800-570-0800.
Fonte: G1