Moradores reclamam de abandono em prédio da UPA em Uberaba
terça-feira, 28 de agosto de 2012O domingo (26) foi marcado por um protesto contra o fechamento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro Abadia, em Uberaba, no Triângulo Mineiro. Moradores fizeram uma manifestação em frente à unidade. Quem mora próximo ao prédio reclama do abandono desde a desativação. O secretário de Saúde, Valdemar Hial, garantiu que dentro de 15 a 20 dias a reforma do local será concluída.
A unidade foi desativada no dia 4 de agosto e mais de duas semanas depois a sujeira e o lixo hospitalar continuam amontoados. “Um centro médico que tem anfiteatro e esse monte de leitos ficar fechado é um absurdo”, disse a cabeleireira Célia Maria Rodrigues.
Em fotos feitas por moradores do bairro, imagens de abandono: medicamentos jogados, lixo hospitalar, luvas descartáveis e restos de seringas. Revolta para o aposentado Milton Pereira que agora assiste outra realidade. “A gente vê muita bagunça, maconheiro dormindo aí, bêbado. Eles vão destruir isso tudo aos poucos”.
Apenas a parede está descascada e os bancos foram afastados. “Até agora não vi chegar nenhum caminhão de areia, nem sequer um saco de cimento, nada”, contou o cinegrafista Antônio Júnior. A única mudança na UPA Abadia é que as portas foram fechadas para evitar o acesso depois que mendigos quebraram as grades.
A antiga unidade deveria receber uma reforma que o secretário de Saúde Valdemar Hial garantiu que já tem prazo para terminar. “Dentro de 15 a 20 dias a obra estará pronta. Nós já estamos abrindo o processo seletivo para contratar o pessoal que vai atuar ali dentro”, explicou o secretário.
A UPA do Parque do Mirante, que substituiu a unidade do Bairro Abadia, foi inaugurada na noite do dia 3 de agosto com a presença do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O novo local tem capacidade para atender cerca de 400 pacientes por dia.
A nova unidade fica a um quilômetro e meio da antiga. Para muitos a distância pode ser o principal problema. “Ficou mais difícil porque nem todo dia a gente tem dinheiro para tomar ônibus para levar as crianças”, disse a doméstica Léa Ferreira Rodrigues. “Você sair daqui do Bairro Abadia para poder ir perto do Hospital das Mulheres não dá, não é justo o que fizeram com a gente”, contou a dona de casa Elizente Fernandes.
“Uberaba, pela população dela, não comporta mais do que uma UPA. Nós conseguimos duas. Ali [no Abadia] será uma matricial para atender pessoal da atenção primária, da atenção ambulatorial. E a nova UPA é perto para o povo reclamar que não será atendido”, finalizou o secretário de Saúde.
Fonte: G1