Novos supermecados este ano em Uberaba já abrirão sem funcionários
segunda-feira, 4 de março de 2013A falta de mão de obra continua sendo um problema para o setor supermercadista em Uberaba. Há quase um ano o G1 mostrou que o setor tinha 150 vagas em aberto, mas que não conseguia preencher por falta de profissionais e também de pessoas interessadas em trabalhar na área. Este ano, segundo a Associação dos Supermercados do Triângulo Mineiro (Assuper), as previsões são ainda piores, existem 200 vagas em aberto em diversos setores dos supermercados e ainda há a previsão de inauguração de pelo menos três grandes lojas na cidade.
Segundo o diretor executivo da Assuper, José Albino, as vagas continuam em aberto, mas os empresários têm dificuldade de encontrar profissionais, mesmo abrindo mão de exigências como experiência, e ainda oferecendo treinamento. “Hoje a situação está pior. Falta profissional no mercado com ou sem qualificação. No segmento supermercadista nós estamos tendo nem mão de obra qualificada e muito menos qualificação. Faltam açougueiros, padeiros, confeiteiros, caixas e repositores. Estamos buscando pessoas de todas as formas e não estamos achando. Se nós tivéssemos, hoje, 200 pessoas para serem contratadas, nós contratariamos. As vagas são para pequeno, médio e grandes supermercados na cidade de Uberaba. Tem rede procurando pessoas de 16 a 65 anos, com ou sem qualificação, e não encontra”, acrescentou.
Ainda de acordo com o diretor, existe a previsão de abertura de três novas lojas na cidade este ano e, com isso, o problema da falta de mão de obra deve se agravar ainda mais. Ele lembra que até mesmo cursos gratuitos em parcerias com a Prefeitura de Uberaba, o Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) e empresas particulares não motivaram as pessoas a buscarem qualificação. “Ofertamos cursos e nada. Não aparecem pessoas interessadas em trabalhar nos supermercados. Temos a previsão de abertura de três lojas já em andamento, mas não tem gente para trabalhar. Fazemos visitas em escolas de segundo grau para divulgar isso, além do trabalho na mídia, e mesmo assim não aparece ninguém. Os cursos não tem custo e em alguns deles chegamos ainda a oferecer ajuda de custo, vale transporte, alimentação e uniforme. Mesmo assim não tem interessados”, complementou.
Para a Assuper, uma das dificuldades em preencher o quadro de funcionários dos supermercados na cidade é a carga horária, que não é atrativa para os trabalhadores. Segundo Albino, o empregado tem uma carga diária de oito horas diárias, mas como o trabalho é de segunda a segunda e as folgas são de acordo com escala de trabalho, muitos desistem. “A pessoa chega para a entrevista, faz a ficha no supermercado, se interessa pelo salário, mas quando dizem que é para trabalhar desta forma, com uma folga por semana, que deve ser de acordo com escala e cair em qualquer dia da semana, a pessoa não volta no outro dia”, afirmou. Para reverter a situação, o fechamento dos supermercados aos domingos ainda continua sendo uma alternativa estudada pela Assuper.
Já para o supervisor geral de uma rede de supermercados que funciona em Uberaba, Emanuel Reis, outro problema enfrentado é a rotatividade de trabalhadores. Ele disse que a rede que tem quatro lojas na cidade e que constantemente mantém uma média 20 vagas em aberto. “Em média temos cinco vagas abertas em cada loja por conta de funcionários que vão para outro local ou que mudam de setor e deixam a empresa”, acrescentou. Ainda de acordo com ele, a rede onde trabalha deve construir uma nova loja este ano na cidade, com isso, há a possibilidade de abertura de 70 novas vagas.
Fonte: G1