Pátios de Uberaba estão com mais de 6 mil veículos apreendidos
sexta-feira, 26 de outubro de 2012Mais de 6 mil veículos estão amontoados nos três pátios conveniados ao Departamento de Trânsito do estado de Minas Gerais (DETRAN-MG) de Uberaba, no Triângulo Mineiro. E enquanto o próximo leilão de veículos não é realizado, os proprietários que tiveram os bens apreendidos reclamam do descuido e dos danos causados aos veículos, seja carro ou motocicleta.
O vendedor André Faria só percebeu o dano após retirar o carro dele do pátio. Ele dirigia sem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Pagou a multa e mais R$ 200 por três diárias e, como brinde, ganhou o amassado na lataria do veículo. “Fui dar uma conferida no carro e foi aí que eu vi”, lamentou.
No entanto, Heitor Cobo, responsável pelo pátio, garantiu que todo carro que entra no local passa por uma vistoria. Segundo ele, não há prejuízos para os proprietários. “É por força contratual. O proprietário não toma prejuízo”, afirmou Heitor.
Porém, a dona de casa Denise Cristina Alves Goti disse que precisou entrar na Justiça para conseguir provar que o carro dela foi arranhado no trajeto ou dentro do pátio. O veículo foi apreendido em uma blitz por estar com a documentação irregular. “Chamei a Polícia e mostrei o boletim de ocorrência que tinha sido feito e não havia risco nenhum. E aí ele [o policial] disse para entrar num acordo”, explicou a dona de casa.
Este controle vai facilitar a realização dos leilões. Por dia, entram nos pátios de Uberaba cerca de 30 novos carros e motos, sendo que 30% dos proprietários não voltam para buscar os veículos. Assim, dos quase 6 mil veículos que estão no local atualmente, 1.600 podem ir a leilão, segundo a Polícia Civil. O Delegado de Trânsito, Joaquim Pedersen, espera realizar um leilão ainda este ano.
O sistema permitiu que o técnico em segurança do trabalho, Silviano Bibiano do Vale, recuperasse o carro que ele teve furtado e que ainda está pagando o financiamento. Os números das placas e do chassi não batiam na hora do cadastro. Mas, o alívio foi acompanhado por uma outra preocupação: a burocracia. “A burocracia que eu terei para poder conseguir tirá-lo depois de um ano é muito grande. Eu teria de cumprir uma série de burocracia e estou vendo o que deve ser feito. Mas, menos mal, prejuízo menor”, disse Silviano.
Fonte: G1